A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) deu início a mais uma obra que trará muitos benefícios à comunidade paraibana. Trata-se da construção do Laboratório Fábrica (FabLab) do Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde (Nutes) da Instituição, espaço que se constitui em um modelo de atendimento tecnológico a usuários, integrado por laboratórios abertos de Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTs).
Os serviços de limpeza e terraplanagem do terreno onde será construído o FabLab foram iniciados no último dia 15 de julho e estão sendo custeados pelo Governo do Estado. A área fica localizada próximo à entrada principal do Câmpus I, em Campina Grande, em frente ao prédio onde funcionava a Escola Técnica Redentorista. Ao todo, serão investidos R$ 31 milhões neste empreendimento dedicado à pesquisa, sendo R$ 15 milhões destinados à construção do prédio e R$ 16 milhões para a aquisição de equipamentos e utilidades necessárias para o desenvolvimento dos projetos. O Governo Federal é o responsável pelo repasse total dos recursos.
O FabLab da UEPB funcionará como polo de produção e distribuição de dispositivos médicos, fator que potencializará projetos que já são desenvolvidos no Nutes, como a produção de desfibriladores, monitores de sinais vitais, protetores faciais, ente outros. Além disso, impulsionará, por exemplo, o desenvolvimento de ventiladores pulmonares mecânicos, que já estão em fase de testes regulatórios. Ele é resultado direto da participação da Universidade Estadual da Paraíba, estabelecida a partir de 2015, na Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), programa do Governo Federal que visa a cooperação, mediante acordo entre instituições públicas e entre instituições públicas e entidades privadas, para desenvolvimento, transferência e absorção de tecnologia, produção, capacitação produtiva e tecnológica do País em produtos estratégicos para atendimento às demandas do Sistema Único de Saúde (SUS).
No Laboratório Fábrica será possível desenvolver tecnologias e dispositivos médicos nas condições e ambientes regulatórios preconizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o que maximiza as chances de inserção destes produtos no mercado. Através do FabLab, os interessados na área de tecnologia em Saúde terão acesso a equipamentos, ferramentas, softwares, centro de aprendizagem e pessoal especializado para garantir uma experiência colaborativa e produtiva para transformar ideias em produtos comerciais, fortalecendo assim os processos de inovação e a criação de novos empreendimentos.
De acordo com o professor Misael Morais, coordenador geral do Nutes, o FabLab é uma conquista para a Paraíba pela grandiosidade do projeto, que terá condições de absorver a mão de obra paraibana tanto na construção do local, bem como no desenvolvimento de pesquisas científicas. Segundo ele, alunos da UEPB e de outras instituições terão acesso a um equipamento de ponta na área de tecnologia da saúde.
Além de escalonar a produção dos dispositivos desenvolvidos no local, os laboratórios abertos também servirão como ambientes de aprendizagem, contarão com equipes multidisciplinares e infraestrutura de acesso livre para inventores, empreendedores e startups desenvolverem, de maneira colaborativa, produtos, processos e negócios inovadores. Nesses locais será permitida a execução de atividades de pesquisa, desenvolvimento, produção, inovação e avaliação da qualidade de equipamentos eletromédicos.
O reitor Rangel Junior ressalta que o FabLab é resultado de um importante achado do grupo de pesquisadores do Nutes, liderado pelo professor Misael, e enfatiza o pioneirismo da UEPB na Parceria para o Desenvolvimento Produtivo. “É preciso destacar a ousadia, perspicácia e competência do professor Misael, que fez as articulações, identificou os editais e foi atrás das propostas. A UEPB foi a primeira universidade brasileira a firmar contrato dentro da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo, com o Ministério da Saúde e a empresa Lifemed. Isso permitiu que já tenhamos equipamentos produzidos pela Lifemed, com dividendos para a UEPB”, destaca o reitor.
Rangel acrescenta que, “com o LabFab, vamos desenvolver esses produtos na Universidade, em Campina Grande. A tecnologia vem para cá e nós vamos agregar essa tecnologia ao nosso conhecimento local, vamos qualificar profissionais de várias áreas ligadas às engenharias, informática, computação, saúde, entre outras. Vamos capacitar a mão de obra local, gerar emprego e renda, tudo isso que ficará em Campina Grande. A tecnologia será transferida para a UEPB e todo o aperfeiçoamento e inovação que desenvolvermos serão agregados ao conhecimento e patentes registradas pela UEPB. É algo, em todos os sentidos, extremamente virtuoso para nossa Instituição e região”.
O Laboratório Fábrica conta com uma área de 11 mil metros quadrados e terá condições de oferecer cerca de 250 ambientes destinados às pesquisas em Saúde. A previsão de conclusão da obra, cuja execução está sob responsabilidade da empresa Marbella Residence Incorporadora e Construtora LTDA, é de dois anos.
Texto: Givaldo Cavalcanti
Fotos: Ascom Nutes